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67% das startups do sul do Brasil não têm nenhum negro na equipe
A diversidade, assim como em outros segmentos corporativos, não é o forte de startups do sul do Brasil. 67% das empresas de base tecnológica do sul não têm negros na equipe e 96,6% não conta com nenhuma pessoa com deficiência no quadro de funcionários. Profissionais com mais de 50 anos também estão ausentes de 73,4% das empresas. Apesar disso, mais de 85% dos gestores declararam apoio à diversidade.
Os dados são da Associação Brasileira de Startups (Abstartups) que divulgou, nesta quinta-feira (17), o estudo Mapeamento de Comunidades 2020, realizado junto do Sebrae com o objetivo de compreender o cenário nacional de inovação e identificar as principais dores e potências regionais. A Abstartups adiantou em primeira mão para o GazzConecta os dados da pesquisa relativos aos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A pesquisa aponta também que, na região sul, a maioria das empresas é composta lideranças masculinas e brancas entre 26 e 40 anos. Os homens estão na liderança de 60,1% dos negócios, ou são maioria quando a startup tem mais de um fundador (18,5%). Já mulheres líderes somam apenas 10,9% no cenário - endossando a falta de diversidade no cenário.
Do ponto de vista do segmento de atuação, as startups do sul destoam dos setores mais tradicionais do país. As sulistas têm como principal ramo a saúde e o bem-estar (15,1%), seguidas por agtechs (14,8%), empresas de desenvolvimento de software (12,9%), fintechs (10,6%) e educação (10%).
Já com relação ao modelo de negócios, o modelo SaaS (software como serviço) é líder entre as startups (40,2%), seguido de marketplaces (18,4%). Já o público alvo principal das startups do sul são empresas. A maioria (51,9%) trabalha com o modelo B2B (business to business).
Faturamento positivo na pandemia
Sobre o faturamento, enquanto 34,8% das startups não apresentam lucros, 10% lucraram mais de R$ 1 milhão em 2020. A maioria delas (15,4%) tem um faturamento mensal entre R$ 50 e R$ 250 mil.
Mesmo com a crise deflagrada pela pandemia, grande parte das empresas (37%) conseguiu manter o mesmo faturamento de março de 2020, início do período de isolamento no Brasil. Apenas 3,8% tiveram redução de mais de 50% no caixa, enquanto 7,7% dos negócios sentiram impacto negativo entre 10% e 50%. Já entre as que tiveram impacto positivo, 21,9% faturaram entre 10% e 30% a mais e 12% tiveram crescimento de mais de 50%.
Mas, a despeito da crise econômica, 45,6% das startups sulistas fizeram contratações a partir março; enquanto 86,5% não tiveram desligamentos no período.