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Data center da Arlequim: empresa detém uma grande infraestrutura para prover sua tecnologia a mais de 30 mil usuários únicos no Brasil.

Desktop as a Service

Curitibana Arlequim transforma máquinas comuns em supercomputadores

Fernando Henrique de Oliveira, especial para o GazzConecta
06/06/2023 14:49
A Arlequim é uma empresa curitibana de desktop as a service, uma tecnologia que permite que qualquer desktop, tablet ou laptop possa acessar um computador virtual. Em linhas gerais, o modelo DaaS fornece um computador em nuvem para acesso remoto de qualquer lugar, de qualquer máquina, usando a internet e login e senha.
Uma das vantagens em assinar este tipo de serviço está na economia. Máquinas com pouca capacidade e memória, geralmente mais acessíveis, podem usufruir de computadores virtuais mais ágeis e eficientes. Isso sem contar o custo de aquisição e manutenção de novos equipamentos.
O serviço ainda garante maior performance, mobilidade, segurança e flexibilidade. Pelo menos, é com essas características que a Arlequim se posiciona no mercado, fazendo com que computadores regulares - ou mesmo ultrapassados - se tornem supercomputadores.
Há dois anos no mercado e com mais de 30 mil usuários únicos em todo o Brasil, a Arlequim tem se tornado uma das principais empresas do país no segmento, justamente por entregar um pacote completo de soluções para os mercados público e privado. Mas a ideia é expandir os seus serviços para pessoas físicas até o fim de 2023.
“Estamos fazendo pesquisas de mercado para entender o tipo de usuário, quem teria maior aderência a um serviço como este, para que possamos, depois, entregar um serviço tão disruptivo como aquele que entregamos para as empresas e o setor público”, revela Maurício Montilla, CEO da Arlequim.

Questão de oportunidade

A Arlequim é uma spin-off da Horizons Telecom, empresa curitibana que entrega internet ultraveloz por fibra óptica para a região de Curitiba, no Paraná, e outras no estado de São Paulo. A ideia da Arlequim surgiu em meio à pandemia de Covid-19, quando a Horizons se deparou com a dificuldade que as empresas estavam enfrentando para levar seus colaboradores para trabalhar de suas casas.
Segundo Montilla, isso envolvia transferir equipamentos do escritório para casa ou permitir que as pessoas utilizassem suas máquinas pessoais para o trabalho. “E aí surgem três dificuldades: a mobilidade, a performance, tanto dos equipamentos quanto do próprio colaborador, e o que era mais importante, a segurança, seja da infraestrutura, seja dos dados”, aponta.
“Víamos aí três características que não estavam sendo bem atendidas naquele momento e isso nos levou a desenvolver uma solução que conseguisse sanar essas dificuldades”, relata o CEO da Arlequim, primeira empresa 100% brasileira a fornecer o serviço de DaaS.
Foram meses de estudo e desenvolvimento até chegar ao modelo de produto que, hoje, conta com dezenas de milhares de usuários no país. Hoje, a Arlequim conta com um data center que reúne toda a infraestrutura de hardware para suprir as demandas de um mercado em expansão.

Supercomputador a um clique de distância

Por ora, os computadores virtuais Arlequim estão disponíveis apenas para empresas do setores público e privado, mas logo, segundo Montilla, o varejo também poderá se beneficiar da tecnologia. Ela consiste em um aplicativo que permite que qualquer pessoa possa acessar um supercomputador por meio de um login e senha.
Ancorado em um storage próprio, o supercomputador Arlequim permite um maior processamento de dados. Qualquer computador utilizando a Arlequim pode se tornar um supercomputador. Basta ter seu aplicativo instalado e conexão com a internet.
Dessa forma, até computadores mais simples podem desempenhar tarefas de equipamentos mais robustos. Não se trata de um espelhamento de uma máquina, mas acessar uma máquina mais potente com apenas um clique. Isso permite acessar uma gama de softwares até mesmo por um tablet. E de qualquer lugar, a qualquer momento.
É por isso que Montilla diz que uma das maiores vantagens do computador virtual Arlequim é a sua flexibilidade, além da possibilidade de qualquer equipamento poder se transformar em uma supermáquina de maneira descomplicada. É isso que tem levado clientes do ramo da construção civil, óleo e gás, hospitais e serviços de todos os tipos a buscar a tecnologia.
“Isso só no mercado privado”, conta Montilla. Ele explica que essas áreas investem muito em equipamentos e softwares para que possam desenvolver seus serviços. No entanto, isso gera uma despesa alta para o caixa das empresas.
“A partir do momento que a Arlequim é contratada, com um pacote de serviços desenvolvido exclusivamente para aquele cliente, este custo cai, porque o usuário não vai precisar de uma supermáquina para desempenhar suas tarefas. Nós vamos fornecer as ferramentas necessárias para ele realizar o seu trabalho dentro do nosso computador virtual”, diz.

Próximo passo, varejo

Segundo Montilla, a expectativa é que a Arlequim venha a disponibilizar sua tecnologia para pessoas físicas até o fim de 2023. Essa seria a extensão natural do serviço que, atualmente, também atende microempreendedores individuais.
No entanto, como diz o CEO da empresa, é preciso esperar. “Estamos fazendo muita pesquisa para entender bem o perfil do consumidor, do que ele precisa, o que lhe atenderia, do que gostaria de usar”, revela.
Montilla sabe que disponibilizar o serviço para o varejo seria uma quebra de paradigma, uma vez que é um modelo pouco conhecido no mercado. “É preciso fazer a coisa certa para não tropeçar”, sinaliza.
Oportunidades, porém, não faltam. Apesar das dificuldades, a Arlequim acredita que seu serviço possa revolucionar a atual usabilidade de uma máquina pessoal. “Se pensarmos que, segundo pesquisas, o Brasil possui mais de 230 milhões de computadores pessoais, a maioria deles com pessoas físicas, a maioria defasadas, entendemos que temos um grande mercado potencial”, afirma.
“A gente entende que tem, aqui, um papel de difusão da tecnologia e que isso vai trazer uma inclusão tecnológica que ainda não há no mercado. Se a solução virá como um serviço de assinatura ou com outro formato, ainda não sabemos. Estamos estudando como vamos viabilizar isso, mas estamos no caminho”, completa.