Docway
Startup de telemedicina curitibana pretende triplicar número de atendimentos em 2020
Antes de recorrer à emergência de um hospital, os beneficiários da SulAmérica têm direito a um primeiro atendimento por telefone e vídeo em casa. O serviço tem como objetivo ampliar o acesso à saúde a pacientes que moram em regiões distantes de grandes metrópoles e ajudá-los em questões de menor complexidade — que não exigem a ida um pronto-socorro, cujo acesso é bastante movimentado. Entre os parceiros da seguradora, está a Docway, healthtech curitibana que dobrou de tamanho em 2019 e planeja realizar 40 mil atendimentos este ano, quase triplicando a quantidade registrada no ano passado (15 mil).
A startup, residente do Cubo Itaú, maior hub de empreendedorismo da América Latina, está presente em 440 cidades e possui mais de 4,6 mil profissionais cadastrados para atendimento domiciliar e telemedicina, com serviços de orientação e triagem por telefone, como os que a SulAmérica oferece. “As pessoas se sentem acolhidas [com o serviço] porque podem receber atendimento médico em casa. A tecnologia não desumaniza, ela traz o médico para perto do paciente”, afirmou Viviane Mathias Araújo dos Santos, gerente de telemedicina da seguradora.
O atendimento médico por telefone é o mais consolidado da SulAmérica, segundo Viviane. Mensalmente, a operadora registra duas mil ligações de pacientes de todo país. A assistência em vídeo, por sua vez, atendeu três mil pessoas em 2019 — ano em que foi lançado. “Em conferência por vídeo, podemos ver coisas que o telefone não pega. Assim, fica mais fácil indicar quais casos devem seguir para o pronto socorro”, disse a gerente.
Segundo Fabio Tiepolo, CEO e fundador da Docway, 90% dos casos atendidos pelos médicos pela plataforma são resolvidos a mesma hora. “Lançamos a orientação médica por áudio e vídeo no ano passado e agora vamos oferecer também uma opção de primeiro atendimento por chat”, adiantou o executivo, que divide as semanas entre os escritórios de Curitiba e do Cubo, em São Paulo.
Jovens aderem ao serviço
Na avaliação do administrador de empresas, especializado na área médica, os jovens são o público que mais aderem ao novo formato de tratamento médico. Além disso, muitos pacientes não sabem que têm direito ao serviço pelo plano de saúde. “Estamos aguardando a regulamentação do Conselho Federal de Medicina para oferecer também consulta por vídeo [e não só a orientação]. Assim, médicos que já tenham relacionamento anterior com o paciente poderão emitir receita eletrônica”, explicou.
Um relatório do Zion Market Reports estima que a telemedicina global deve crescer de US$ 21,9 bilhões em 2017 para US$ 40,6 bilhões até o fim de 2024, com uma taxa de avanço anual de 9,19%. “Temos um sistema 100% operacional, mas ainda estamos aguardando a regulamentação para colocá-lo para rodar. Por enquanto, estamos apostando em teletriagens e orientações. Percebemos que cada vez mais pessoas evitam esse deslocamento desnecessário a um posto de atendimento”, finalizou Tiepolo.