"Tela azul da morte"
CrowdStrike: a empresa por trás do apagão cibernético global desta sexta-feira (19)
Na madrugada desta sexta-feira (19), uma pane global paralisou a infraestrutura computacional de diferentes serviços, afetando a operação de companhias aéreas e aeroportos em diversas partes do mundo, sistemas bancários e financeiros, transmissões de emissoras de TV e serviços de saúde em alguns países. Uma atualização de software da empresa de cibersegurança CrowdStrike foi identificada como a causa do "apagão" que impactou o sistema operacional Windows da Microsoft, conforme apurou a Reuters.
Em um comunicado enviado algumas horas após o início dos problemas, a CrowdStrike informou que seu software, o Falcon Sensor, estava causando travamentos no Windows da Microsoft e exibindo a tela azul, popularmente conhecida como "tela azul da morte". A empresa também forneceu uma solução manual para corrigir o problema.
O CEO da empresa americana de segurança cibernética, George Kurtz, disse no X (antigo Twitter) que a falha da ferramenta resultava de um defeito encontrado em uma única atualização de conteúdo para Windows. "Isso não é um incidente de segurança ou um ciberataque", assegurou.
Kurtz também informou que o problema havia sido identificado, isolado e que uma correção estava em andamento. Hosts Mac e Linux não foram afetados, segundo ele.
De acordo com a Reuters, o Azure, unidade de nuvem da Microsoft, afirmou estar ciente do problema que afetava máquinas virtuais rodando o Windows OS e o agente Falcon da CrowdStrike, que ficava preso em um "estado de reinicialização", em meio à interrupção global. "Estamos cientes de um problema que afeta dispositivos Windows devido a uma atualização de uma plataforma de software de terceiros. Antecipamos uma resolução em breve", disse um porta-voz da Microsoft, conforme citação da agência internacional de notícias.
Líder mundial
O CrowdStrike Falcon Sensor é uma solução de segurança lançada pela empresa em 2013, projetada para oferecer proteção robusta para endpoints e inteligência avançada contra ameaças. Endpoints são dispositivos finais em uma rede, como computadores, laptops, smartphones e servidores, conectados à infraestrutura de TI de uma organização. O Falcon foca na proteção desses dispositivos finais, monitorando e defendendo-os contra ataques cibernéticos e outras ameaças.
A ferramenta é uma solução avançada de segurança cibernética, especializada na identificação, detecção e resposta a atividades maliciosas realizadas por hackers. Para garantir uma proteção eficaz, o software precisa ter um nível elevado de integração com o sistema operacional dos computadores, permitindo uma análise detalhada e uma reação rápida a ameaças.
No caso do problema que surgiu, envolvendo uma atualização incorreta de código do Falcon, que afetou computadores rodando o sistema Microsoft Windows, a interação direta do software com o sistema operacional apresentou falhas significativas devido ao defeito apresentado, interrompendo a operação dos dispositivos e causando o apagão digital.
A CrowdStrike é líder mundial em segurança cibernética e tem investido em inteligência artificial em sua ferramenta para ampliar a defesa de sistemas computacionais contra ataques virtuais. Segundo a Reuters, a empresa é avaliada em US$ 83 bilhões e possui mais de 20.000 assinantes ao redor do mundo, incluindo gigantes da tecnologia como Amazon.com e a própria Microsoft.
Resolução
Na manhã desta sexta-feira, a empresa americana anunciou a correção do problema, conforme divulgado pela Reuters. Paralelamente, a Microsoft também informou que havia solucionado a causa principal do apagão que afetou seus aplicativos e serviços do Microsoft 365, como Teams e OneDrive. No entanto, alguns serviços ainda enfrentavam problemas devido a efeitos subsequentes.
Pedido de desculpas
Como também apurou a Reuters, ainda na manhã desta sexta, o CEO da CrowdStrike pediu desculpas pelo apagão que afetou diferentes indústrias em todo o mundo. Em entrevista ao programa "Today" da emissora americana NBC News, ele afirmou que a empresa promete trabalhar com todos os seus clientes enquanto eles tentam restaurar suas operações online.
"Estamos profundamente arrependidos pelo impacto que causamos aos clientes, aos viajantes, a todos os afetados por isso, incluindo nossa própria empresa", disse na entrevista.
"Muitos dos clientes estão reiniciando o sistema, e ele está voltando a funcionar e será operacional. Pode levar algum tempo para que alguns sistemas que não se recuperam automaticamente estejam totalmente operacionais", comentou. Mas garantiu que a empresa vai auxiliar até que cada cliente esteja completamente recuperado.
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