Conheça o empresário curitibano que está revolucionando a geração de energia no Brasil

Antes de a Gedisa se tornar uma das principais empresas de geração de energia distribuída do Brasil, o engenheiro civil Miguel Segundo teve uma ideia: criar uma plataforma de crowdfunding para financiar a criação de usinas hidrelétricas e fotovoltaicas por produtores de pequeno porte, com a participação de investidores individuais.

As soluções de modelagem econômica-financeira permitiam investimento de baixo capital em geração de energia, algo que parecia impossível, tendo em vista o mercado de grandes investimentos do setor. A tese da Platta Investimentos deu certo e, em menos de um ano, ela foi adquirida por um dos maiores fundos de investimento do país, a Bossa Nova (hoje, Bossa Invest).

O movimento deu fôlego à Gedisa Energia, fundada em 2018 por Miguel e seu sócio, Plauto Neto, com o propósito de preencher uma lacuna do setor: ser uma facilitadora na negociação de energia renovável gerada por pequenos produtores próximos a pontos de consumo. Hoje, a empresa está entre as cinco maiores do país e tem planos ambiciosos para o futuro da eficiência energética brasileira.

Para Miguel, embora o mercado seja complexo e desafiador, o Brasil é uma referência global em energia sustentável e um ambiente que oferece o maior número de oportunidades para investimentos e desenvolvimento de soluções neste sentido.

A Gedisa Energia apresenta o GazzSummit Agro e Foodtechs, um dos principais fóruns de discussão sobre inovação no agronegócio e no mercado de alimentos e bebidas do Sul do país. O evento acontece nos dias 26 e 27 de março em Curitiba, dentro do Smart City Expo Curitiba, na Ligga Arena, com a participação de especialistas, empresas e startups para debater os desafios, oportunidades e as tendências para ambos os segmentos.

Miguel Segundo será um dos palestrantes do GazzSummit e trará para o evento o tema da geração de energia e inovações que impulsionam a economia sustentável, abordando dificuldades e perspectivas do setor energético para as próximas décadas.

“O setor elétrico brasileiro é o mais complexo do mundo”, diz ele. A área está sujeita a condições climáticas diversas, alta extensão territorial e uma diferença populacional notável. O empresário cita, ainda, que o país busca a modernização e, desde 2016, vem discutindo inovações e novos cenários, mas os avanços são lentos. 

Por esse motivo, Miguel defende novos olhares para o empoderamento do consumidor, que deve ter escolha sobre as negociações de compra e venda de energia. Além de uma atenção às ações do poder público, que colocam barreiras para o setor. 

Outro ponto levantado pelo CEO da Gedisa é a política tarifária, avaliada por ele como deficiente. “Ela faz o consumidor pagar uma conta que não é dele, com dezenas de encargos. O consumidor não sabe interpretar e não vê o setor caminhar para a frente”, comenta.

Possibilidades e exemplos paranaenses do setor elétrico foram a inspiração do empresário para enveredar pelo segmento. Ainda no Ensino Médio, em 2009, ao visitar a Itaipu Binacional - líder mundial em produção de energia limpa e renovável, com mais de 2,9 milhões de GWh produzidos desde 1984 -, percebeu que estava no mercado de energia o caminho profissional que gostaria de seguir.

A partir da orientação de um professor, o Miguel cursou Engenharia Civil na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e, ainda na faculdade, dedicou a carreira a estágios e experiências ligadas ao setor energético.

Em 2018, ao lado do economista Plauto Neto, fundou a empresa na qual ocupa o cargo de CEO. “O nosso foco sempre foi democratizar o acesso à energia renovável e mais barata, de forma simples e digital”, destaca. A Gedisa pertence ao Grupo Ergon, que integra as organizações Agathon, Maré e Gaslog. 

Hoje, Miguel e Plauto lideram uma empresa com expectativa de faturamento de R$ 1 bilhão nos próximos dois anos, mantendo sempre o mesmo propósito: conectar produtores de energias renováveis aos consumidores, garantindo os benefícios da geração compartilhada. Além disso, a Gedisa apresenta soluções completas de energia elétrica, que vão desde a educação sobre o setor até o financiamento para geração própria de energia, para mais de 6 mil clientes empresariais e residenciais.

Além de CEO da Gedisa Energia, Miguel atua também como professor de pós-graduação em gestão de energia e integra a Câmara Técnica de Energia do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) e o Grupo de Estudos Energéticos (GEEN/UFPR). A expertise do empresário permite uma análise aprofundada sobre as tendências e inovações previstas para o setor de energia elétrica brasileiro. “A energia não é um custo imutável. O setor elétrico é dinâmico. Para quem trabalha com energia isso é o maior motivador”, aponta.

O CEO argumenta ainda que um dos principais caminhos para o futuro do ecossistema energético brasileiro é a independência. Ele apresenta a possibilidade dos consumidores formarem um banco de baterias - com a geração de energia própria, por meio de painéis solares ou biogás, por exemplo. Dessa forma, os consumidores poderão gerar a energia durante o dia e armazenar a produção, com um acúmulo que garantirá não somente a segurança energética, como também a independência.

A Gedisa Energia atua para que, nos próximos anos, esse modelo energético esteja no portfólio de soluções ofertadas aos clientes, revela o empresário. Outra perspectiva para o setor é a liberdade, ele diz. Miguel explica que esse é um pilar da atuação das empresas nessa área, que buscam a regulamentação do mercado livre de energia e trabalhar para propiciar uma comunicação mais clara e assertiva aos consumidores.

Ele sugere, inclusive, a aplicação de  e horários, o que permitirá a cobrança com base nos horários de pico e de baixo consumo, beneficiando os consumidores que fazem a gestão do consumo de maneira mais inteligente. 

A eletrificação das frotas, com o carregamento inteligente, também impulsionam o futuro do setor. Os consumidores e as companhias deverão investir em carregamento elétrico independente. Essa tendência deve alcançar, inclusive, maquinários industriais, motivando o desenvolvimento de novos veículos e impactando outros setores.

“O consumidor pode escolher os modelos de fornecimento de energia e deve exercer isso”, afirma. E essa é a mensagem que ele deseja transmitir durante a palestra que vai realizar no GazzSummit Agro e Foodtechs 2025.

O empresário admite que o setor é complexo e que empresas como a Gedisa Energia atuam para simplificar o mercado. “Mas as inovações no setor só vão se concretizar se os consumidores buscarem o conhecimento e o auxílio das empresas para economizar de maneira inteligente”, completa.

O GazzSummit Agro e Foodtechs vem para ocupar um lugar de destaque nas discussões sobre inovação no agronegócio e no setor food, conectando especialistas, empresas e startups para debater tendências, tecnologias e os principais desafios desses segmentos, fortalecendo o debate em torno da cadeia produtiva que leva os produtos do campo à mesa do consumidor.

O evento será realizado nos dias 26 e 27 de março dentro do Smart City Expo Curitiba, segundo maior evento sobre cidades inteligentes do mundo. Os ingressos já estão disponíveis no site oficial do GazzSummit Agro e Foodtechs.