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Real Digital, Pix, Open Finance, Open Everything, criptos e diversas outras inovações têm movimentado o segmento financeiro nos últimos anos.

Tecnologia Financeira

Conecta ABBC discute Open Finance, Real Digital, tokenização da economia e prevenção a fraudes

GazzConecta
28/11/2022 16:04
O mercado financeiro passa por um momento de disrupção nunca antes visto em sua história. Real Digital, Pix, Open Finance, Open Everything, criptos e diversas outras inovações têm movimentado esse segmento nos últimos anos. Para debater esses assuntos, a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) realizou, em novembro, o CONECTA ABBC, com palestras de diversos especialistas, no Espaço Sociocultural - Teatro CIEE, em São Paulo.
Para a presidente da Associação, Sílvia Scorsato, o setor está em acelerada evolução, provocada por ampla gama de inovações, por um novo consumidor -- ávido por boas experiências a preço competitivo -- e pelo regulador, que fomenta a competitividade.
“Do Open Banking passamos pelo Open Finance e estamos rumo ao Open Everything, abraçando outros setores da economia e gerando oportunidades inimagináveis aos consumidores e às instituições financeiras”, destacou em seu discurso de abertura.
Após o evento, Sílvia ressaltou que os debates do CONECTA foram importantes para a geração de insights ao setor. “Contribuímos com uma discussão propositiva sobre inovação, tema que está na mesa de todas as instituições financeiras atualmente.”

Open Finance: melhoria de canais e ofertas personalizadas

O painel de abertura do CONECTA teve como tema “Do Open Finance ao Open Everything”, debatendo os avanços na implementação do sistema aberto de dados no setor financeiro e os desdobramentos de uso para outros segmentos da economia. O painel foi moderado pelo Diretor Técnico da ABBC e Head de Public Policy do Nubank, Bruno Magrani. Ele ressaltou que o Brasil tem mais de 6,5 milhões de consentimentos no Open Finance. “Já estamos bem avançados, mas ainda há bastante espaço para crescimento”, destacou.
Fazendo um paralelo com o que aconteceu com o Pix, os painelistas lembraram que o Brasil evoluiu rapidamente na aceitação do modelo: em um ano, chegou a 30 transações por habitante, enquanto a Inglaterra levou 11 anos para chegar a esse patamar. Ou seja, apesar dos desafios, o cenário é promissor para o Open Finance em função das vantagens para a sociedade. “Baratear os serviços financeiros é um dos benefícios”, explicou Fábio Lins, Superintendente Executivo de Inovação Canais, Pix, IA e Open Finance do Banco Original.
“O que vimos até aqui com o Open Finance foi a possibilidade de melhoria de canais, aperfeiçoando a experiência do usuário e de ofertas personalizadas de serviços e produtos”, disse Ricardo Taveira, CEO e fundador da Quanto (vencedora do Prêmio Ideia 2021), que ressaltou a fase de estabilização do ecossistema. Agora, segundo ele, o Open Finance passa pela evolução da integração entre as instituições. “A jornada é bastante longa, mas temos pontos de partida e não podemos ficar paralisados”, finalizou.
Lins ainda destacou que, até 2025, estima-se que haverá 1 trilhão de devices conectados à internet com a chegada do 5G. “Precisamos estar preparados para ofertar produtos em todos esses dispositivos”, completou.

Conecta ABBC e o combate a fraudes com tecnologia

O evento também debateu a ciência de dados na prevenção a fraudes. O painel teve a participação do Coordenador da Comissão de Cibersecurity da ABBC e Superintendente de Segurança da Informação e Prevenção a Fraudes no Banco Fibra, André Borges; do Head de Cibersegurança do C6 Bank, José Luiz Santana; e da Titular da 1ª Delegacia de Crimes Cibernéticos/DEIC, Dra. Nayara Caetano Borlina Duque.
Para José Luiz, a principal resposta ao crime cibernético é utilizar a tecnologia a favor da segurança dos serviços bancários. “Usamos uma série de recursos à nossa disposição, como a geolocalização do cliente, a rede de Wi-Fi que ele costuma usar, quantas vezes ele já fez uma transação semelhante para aquela pessoa, entre outros, para enriquecer nosso algoritmo e aumentar a camada de proteção que oferecemos aos nossos clientes”, destacou o especialista.
Já a Dra. Nayara disse que a cooperação entre bancos e a polícia é essencial para combater esse tipo de crime. “Quando as instituições nos procuram com denúncias, buscamos sempre ter informações adicionais para fazer um alinhamento sobre quais podemos usar para ter sucesso no avançar da investigação”, contou.
Os especialistas concordaram que a educação da população é um caminho para prevenir golpes cibernéticos. “A polícia tem um papel importante nessa prevenção, inclusive derrubando sites e evitando novas vítimas”, afirmou a delegada.
“Os bancos também podem contribuir com essa conscientização. Uma grande parcela da população se digitalizou muito recentemente e ainda é pouco letrada nesse assunto. Temos que levar informações para eles e para quem já é digitalizado há mais tempo, porque sempre tem novos golpes surgindo e novas formas de se prevenir”, concluiu José Luiz.

Real Digital: inspiração no ambiente de finanças descentralizadas

Um dos grandes momentos do CONECTA foi a palestra do coordenador do projeto do Real Digital do Banco Central do Brasil, Fabio Araujo. Em sua apresentação, ele explicou que a ideia da nova moeda surgiu a partir da busca por um sistema de finanças mais descentralizado. Araujo também comentou que a expectativa é de que o Real Digital tenha um cenário mais claro a partir de 2024, depois de testes e discussões com o setor financeiro. Atualmente, o BC organiza um Lift Challenge, que recebeu 47 propostas de 9 países.
Logo após a palestra de Fabio Araujo, ocorreu o painel “Real Digital e a economia tokenizada”, com a participação de Raul Moreira, Diretor Técnico da ABBC e Conselheiro e Coordenador do Comitê de Inovação do Banco Original; Boaventura D’Ávila, Diretor para o Setor de Serviços Financeiros da Accenture; e Rodrigoh Henriques, Diretor de Inovações da Fenasbac e coordenador do Lift Challenge Real Digital.
Para Rodrigoh Henriques, a moeda digital brasileira é uma peça importante para a caminhada de uma sociedade que se torna cada vez mais conectada. “É um mar de oportunidades. Estamos fazendo o redesenho coletivo do sistema financeiro, com mercado e sociedade, para ver a melhor solução. A tecnologia nos traz algumas certezas, como ganho de eficiência, desintermediação e agilidade”, analisou.
Boaventura D’Ávila completou, dizendo que o Brasil terá um avanço importante com a economia tokenizada. “Em termos de novos negócios, o cliente será muito beneficiado. Também acredito que uma quantidade enorme de ativos, que hoje estão travados, será destravada”, contou Boaventura.
“É importante destacar que o Brasil tem um mercado financeiro muito bem desenvolvido, com inovações invejáveis e reguladores muito bem-preparados. O Real Digital será um avanço para todos e um passaporte para a economia ‘tokenizada’ no Brasil. Certamente estamos diante de mais uma onda de transformações no sistema financeiro que mudará a nossa forma de nos relacionarmos com o dinheiro”, finalizou Raul Moreira, do mediador do painel.

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