Thumbnail

Kauana Yrina, CEO da Condor Connect (no centro, de azul), com um grupo de empreendedores e intraempreendedores em uma das oficinas de inovação da aceleradora. Crédito: Divulgação.

Mais de 40 startups aceleradas

Condor Connect: por que uma grande rede varejista criou um hub de inovação

Maria Clara Dias
Maria Clara Dias
28/06/2024 11:34
Em 2019, rede de supermercados fundou a Condor Connect, aceleradora que promete fomentar startups do Paraná que, em contrapartida, auxiliam o Grupo a se manter na vanguarda da inovação
Com o avanço do ecossistema nacional de startups, a criação de projetos de fomento ao empreendedorismo tecnológico surgem aos montes. Encabeçadas por grandes líderes da indústria, aceleradoras e programas de apoio financeiro a pequenas empresas de tecnologia, com potencial de transformar seus nichos de atuação, tornam-se cada vez mais comuns e traduzem o desejo de líderes da indústria em manter suas posições de destaque no mercado, sem perder espaço para a disrupção que chega a passos largos.
Em Curitiba, um dos exemplos mais bem acabados dessa associação entre grandes empresas e startups é do Grupo Zonta, detentor das marcas supermercadistas Hipermais, Gigante Atacadista e Condor, uma das mais populares do Sul do país, com presença em mais de 20 cidades e um quadro de colaboradores que supera 14 mil pessoas.
A urgência de um olhar mais apurado em relação à transformação digital encarada pelo varejo, especialmente após a pandemia de Covid-19, tem levado a Rede Condor a se aproximar, cada vez mais, das startups.

Conectando à inovação

De olho nesse cenário,  o Condor fundou a Condor Connect, aceleradora que surgiu a princípio como um projeto incubado no grupo, mas logo ganhou autonomia e independência.
A inspiração para o projeto surgiu após uma viagem do fundador Pedro Joanir Zonta, fundador do grupo homônimo, ao Vale do Silício. O contato com um ecossistema em ebulição fez com que o empresário decidisse formalizar seus esforços em apoiar o empreendedorismo local, conta Kauana Yrina, atual CEO da Condor Connect.
“Zonta sempre foi uma figura muito dedicada ao apoio de empreendedores, como mentor e patrocinador de eventos, por exemplo. Mas, até aquele momento, o Condor fazia isso de maneira interna apenas, fomentando o intraempreendedorismo e a inovação fechada. Mas, após essa viagem, começou também a inovação aberta”, conta.
A aceleradora foi oficialmente fundada em 2019, e viria para consolidar uma atuação já inovadora da empresa, que não possuía um programa oficial de aproximação com startups, e mantinha apenas iniciativas isoladas.

Qual é a tese

De acordo com Kauana, a Condor Connect atualmente busca startups que possam atender ao grupo e também aos seus fornecedores. Como critério, elas têm que ter validado seu mínimo produto viável (MVP). “Entendemos que, se há uma solução e um diferencial de inovador ali, então queremos conhecer”, diz. Durante o processo, o Condor auxilia as startups a desenvolverem suas provas de conceito (POCs), testando suas ideias na prática e as levando, de fato, ao mercado.
Kauana Yrina, CEO da Condor Connect e investidora de startups. Crédito: Divulgação.
Kauana Yrina, CEO da Condor Connect e investidora de startups. Crédito: Divulgação.
A tese, porém, não se limita ao varejo. Segundo a investidora, qualquer empresa com propostas de tecnologia que promovam alguma disrupção é bem-vinda. “Estamos abertos a ouvir, pois entendemos que, se a startup entrar na aceleração, sabemos que ela irá se desenvolver”, conta.
Como prova desse olhar para a diversidade de setores, a Condor Connect já apoiou empresas de segmentos diversos como educação, logística, mobilidade, seguros, saúde, entre outros. Alguns exemplos recentes são os das startups Pmetric, de dispositivos de IoT para controle de estoque em centros de distribuição, e Vitalizen, que desenvolve produtos biodegradáveis - com a qual o Condor estabeleceu uma parceria para a criação de bandejas biodegradáveis para os supermercados.
Em linhas gerais, a meta é ter 10 startups por ano no programa de aceleração. Desde 2019, mais de 40 empresas já passaram pela aceleradora. Após a aceleração, a Condor Connect também pode investir recursos financeiros nas startups, por meio de um fundo de venture capital próprio. Para isso, é preciso que o MVP esteja validado. “Olhamos muito além do varejo. Olhamos para o ser humano, o empreendedor. Daí sim, negócios com alguma sinergia recebem alguma atenção especial”, explica Kauana.
“Mesmo quando não colocamos nossos recursos, criamos a oportunidade para que uma startup seja investida no futuro, preparando-a para atrair a atenção de investidores”, explica. Até o momento, a Condor Connect já investiu em seis startups.
A atuação da Condor Connect também promete ir além da aceleração de startups. Para isso, também possui frentes de desenvolvimento de projetos de inovação para empresas, conectando essas organizações a startups e suas tecnologias com uma equipe de especialistas que cuida de todo o processo de implantação e gestão do programa de inovação.

Instituto DNA da Inovação

Além da sua atuação diretamente com as startups, o Condor Connect também é especialista em educação e capacitação quando o assunto é inovação. Com o desejo de se conectar aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, o hub criou o Instituto DNA de Inovação, focado na capacitação de profissionais para o novo mercado de trabalho, em diversas temáticas, no formato de oficinas e workshops. 
O Instituto não busca apenas auxiliar pessoas, mas também transformar o mundo por meio de uma inovação consciente nas atitudes. O Instituto se destaca não apenas por seu amplo portfólio de ações inovadoras e indicadores de responsabilidade socioambiental, mas também por funcionar como uma eficaz plataforma de comunicação, networking, e um centro de apoio a startups, fundos de investimento e pesquisa e desenvolvimento para incentivos fiscais.

O futuro da Condor Connect

Segundo Kauana, que é também investidora das startups do programa, o futuro da Condor Connect será pautado pelo foco no crescimento e resultado financeiro dos negócios acelerados.
O intuito é encerrar as contínuas sessões de pitches e entrada de novas startups e manter um portfólio único de empresas. “Quero ter uma carteira única, com mais e boas startups, para focar não somente no desenvolvimento, mas no crescimento dos negócios que podem ter um aumento de valution”, finaliza.

E vem aí o GazzSummit Agrotechs

O GazzSummit Agrotechs é uma iniciativa pioneira do GazzConecta para debater o cenário de inovação em um dos setores mais relevantes do país. O evento será realizado no dia 15 de agosto de 2024 com o propósito de conectar e promover conhecimento para geração de novos negócios, discussão de problemas e desafios, além de propor soluções para o setor.
O GazzSummit promove a disseminação de tecnologias e práticas de inovação que possam levar a cadeia produtiva ainda mais longe. Uma programação intensa de 12 horas de conteúdo, e mais de 25 palestrantes, espera os participantes que poderão interagir com players importantes do ecossistema como grandes empresas, cooperativas, produtores, entidades públicas, startups e inovadores. Garanta já a sua vaga.

Enquete

No Google for Brasil 2024, a gigante de tecnologia anunciou diversas novidades para o mercado brasileiro. Dentre elas, qual lhe chamou mais a atenção?

Newsletter

Receba todas as melhores matérias em primeira mão