Microbiologista da Fundação Araucária
Cientista do Paraná recebe prêmio mundial na área da alimentação
A engenheira agrônoma, pesquisadora e cientista Mariangela Hungria, vinculada ao Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) Taxonline da Fundação Araucária, foi anunciada como a vencedora do Prêmio Mundial da Alimentação de 2025. A premiação, reconhecida internacionalmente como o principal na área da agricultura, celebra as contribuições significativas de indivíduos para o avanço da qualidade, quantidade e disponibilidade de alimentos no mundo.
O trabalho de Mariangela Hungria se concentra no desenvolvimento de tratamentos biológicos para sementes e solos. Esses tratamentos utilizam bactérias presentes no solo para auxiliar as plantas na obtenção de nutrientes essenciais, representando uma alternativa biológica aos fertilizantes químicos convencionais. A pesquisadora, que também atua como professora na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), dedicou 40 anos à pesquisa em busca de uma agricultura mais sustentável.
O anúncio oficial do prêmio ocorreu na sede da Fundação World Food Prize, em Iowa, nos Estados Unidos. Mariangela Hungria receberá a premiação no dia 23 de outubro. Ela é a terceira brasileira a ser agraciada com o World Food Prize. Em 2006, Edson Lobato e Alysson Paulinelli dividiram o prêmio, e em 2011, os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e John Kufuor foram reconhecidos.
Em suas declarações, Mariangela Hungria expressou surpresa e emoção com o reconhecimento, enfatizando a dedicação de sua trajetória profissional à promoção de práticas agrícolas menos dependentes de insumos químicos.
“Devo muito à Fundação Araucária. Sem ela, não teria certamente conseguido isso. Os últimos dez anos foram definitivos para a minha carreira. A Fundação Araucária apoiou o nosso Projeto Nacional de Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia e também dá um grande apoio naquilo que eu considero a minha maior riqueza de legado que estou deixando, que é a coleção de culturas, participando do NAPI e Taxonline. Então, certamente, uma boa parte desse prêmio se deve à Fundação Araucária”, afirmou Mariangela.
O presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig, destacou a importância do prêmio para o Paraná e para o Brasil, classificando-o como um reconhecimento à trajetória da pesquisadora e ao momento positivo da ciência e tecnologia no estado.
Natural de São Paulo e com 43 anos de atuação na Embrapa Soja em Londrina desde 1991, Mariangela Hungria enfatizou que foi no Paraná onde desenvolveu o trabalho que a levou a essa premiação. Ela também mencionou o orgulho de construir sua carreira no estado, contribuindo para uma imagem de sustentabilidade na agricultura.