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Presidente Lula na cerimônia de abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, na qual recebeu o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial. Crédito: Ricardo Stuckert/PR/Agência Gov.

Investimento de R$ 23 bilhões

Brasil pode ter um dos cinco computadores mais potentes do mundo com novo Plano Brasileiro de Inteligência Artificial

GazzConecta
30/07/2024 16:12
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta terça-feira (30) a proposta do primeiro Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). O documento foi entregue durante a abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. O evento acontece até o dia 1º de agosto, em Brasília, e tem como objetivo fomentar o diálogo entre diferentes representantes da sociedade para definir ações estratégicas para o setor até 2030.
O plano prevê um investimento de R$ 23 bilhões entre 2024 e 2028, com R$ 1,06 bi provenientes da iniciativa privada. Esse valor pode aumentar se empresas e outras organizações realizarem aportes adicionais além dos previstos na expectativa de apoio governamental.
De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o plano propõe modernizar a infraestrutura tecnológica do país, equipando-a com o que há de mais avançado em termos de processamento de dados, incluindo a instalação de um supercomputador alimentado por energias renováveis, com a capacidade de se tornar uma das cinco máquinas mais potentes do mundo.
O plano também busca desenvolver modelos avançados de linguagem em português, usando dados nacionais que refletem a cultura, sociedade e língua brasileiras. O objetivo é aumentar a independência do Brasil em inteligência artificial e destacar o país no cenário global por meio de avanços tecnológicos locais e parcerias internacionais estratégicas.
“A nossa inteligência artificial tem que ser inteligente, e a gente tem de fazer com que ela gere empregos neste país, que a gente forme milhões de jovens preparados", disse o presidente na abertura da conferência.
As recomendações do plano de IA estão divididas em cinco eixos, com ênfase em infraestrutura e desenvolvimento, melhoria do serviço público e inovação empresarial.

Fontes de financiamento

A maior parte dos recursos governamentais virá de uma linha de crédito conjunta oferecida pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ambos vinculados ao MCTI, e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Esses órgãos fornecerão, por meio de crédito, um total de R$ 12,72 bilhões.
Além disso, a participação do governo incluirá verbas não reembolsáveis — ou seja, que não precisam ser devolvidas e estão sujeitas a risco — no valor de R$ 5,57 bilhões do FNDCT, juntamente com R$ 2,90 bilhões do orçamento federal. Também está prevista a obtenção de R$ 430 milhões de empresas estatais e R$ 360 milhões de outras fontes públicas.

Etapas do plano de inteligência artificial

O PBIA é dividido em duas fases principais. A primeira, "Ações de Impacto Imediato", foca na modernização de serviços públicos para a maior parte da população. Entre as iniciativas estão a implementação de robôs para desinfecção autônoma em hospitais e ambulatoriais, e a transcrição automática de teleconsultas do SUS, com os dados sendo inseridos no prontuário digital dos pacientes com proteção de sigilo. Outras aplicações incluem diagnósticos bucais e suporte na prescrição de medicamentos.
Além do setor de saúde, o projeto prevê cálculos para dívidas residenciais de financiamento habitacional, previsões meteorológicas precisas para diferentes áreas, catalogação de árvores na Floresta Amazônica e melhorias no ensino de Matemática no Ensino Fundamental. Também está previsto o aprimoramento na gestão de estoque e aquisição de merendas escolares.
A segunda fase, denominada "Ações Estruturantes", envolve projetos como a instalação do supercomputador no país, que será chamado de Santos Dumont, e a criação de uma fonte integrada de energia renovável para suportar o crescente consumo de energia da inteligência artificial, que deve dobrar até 2026. O PBIA propõe utilizar a matriz energética renovável do Brasil e investir R$ 500 milhões em 42 projetos nos próximos quatro anos para enfrentar a elevada demanda de energia para o desenvolvimento de IA. O governo espera contar com a parceria da iniciativa privada para todos os projetos.
A longo prazo, o PBIA pretende expandir e construir centros de desenvolvimento, chamados Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs), em várias regiões do Brasil e investir na produção de chips e computadores, buscando parcerias internacionais. Aproximadamente R$ 150 milhões serão destinados à qualificação de novos profissionais e à promoção da IA. O plano também inclui campanhas de comunicação e formação para popularizar a IA entre o público geral.

Inteligência artificial e proteção de dados

O PBIA destaca a necessidade de intervenção estatal para proteger os dados da população. O plano sugere a criação de uma "nuvem soberana" gerida por órgãos e empresas estatais, com princípios de sigilo e uso dos dados que contarão com a participação social, similar aos conselhos nacionais existentes.
Desenvolvido em colaboração com o setor privado, o plano também inclui a criação de soluções e padrões em português, que poderão ser exportados para os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e, potencialmente, para outros países se as soluções de IA forem úteis globalmente.

E vem aí o GazzSummit Agrotechs

O GazzSummit Agrotechs é uma iniciativa pioneira do GazzConecta para debater o cenário de inovação em um dos setores mais relevantes do país. O evento será realizado no dia 15 de agosto com o propósito de conectar e promover conhecimento para geração de novos negócios, discussão de problemas e desafios, além de propor soluções para o setor.
O GazzSummit promove a disseminação de tecnologias e práticas de inovação que possam levar a cadeia produtiva ainda mais longe. Uma programação intensa de 10 horas de conteúdo, e mais de 25 palestrantes, espera os participantes que poderão interagir com players importantes do ecossistema como grandes empresas, cooperativas, produtores, entidades públicas, startups e inovadores. Garanta já a sua vaga.