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Novas políticas de moderação de conteúdo nas redes sociais da Meta foram anunciadas por Mark Zuckerberg em seu perfil no Instagram. Crédito: Skorzewiak/Bigstock.

Moderação de conteúdo

Zuckerberg promete "menos censura" no Facebook, Instagram e Thread

GazzConecta
07/01/2025 18:59
Mark Zuckerberg anunciou, nesta terça-feira (7), uma série de mudanças nas políticas de moderação de conteúdo no Facebook, Instagram e Threads, com o objetivo de fortalecer a liberdade de expressão nas plataformas. Em vídeo publicado no seu perfil do Instagram, o CEO da Meta indicou o fim da checagem de fatos nas redes sociais, disse que países europeus institucionalizaram a censura e, sem apresentar fontes, sinalizou para a existência de "cortes secretas" que ordenam a remoção de conteúdos na América Latina. Zuckerberg também disse que vai simplificar políticas de conteúdo, removendo restrições sobre temas como imigração e gênero.
As mudanças, segundo ele, refletem uma tentativa de retornar às origens das redes sociais como espaços para dar voz aos usuários. Ele destacou que, embora seja essencial combater conteúdo ilegal e prejudicial, as regras atuais resultaram em censura excessiva e erros na moderação. "Construímos muitos sistemas complexos para moderar o conteúdo. Mas o problema com sistemas complexos é que eles cometem erros. Mesmo que acidentalmente censurem apenas 1% das postagens, isso representa milhões de pessoas. E chegamos a um ponto em que há erros demais e censura demais", afirmou.
No lugar dos verificadores de fatos, serão introduzidas notas de comunidade, semelhante ao que já é empregado no X (antigo Twitter). As community notes são uma ferramenta que permite aos usuários escrever e compartilhar análises ou avaliações sobre outros conteúdos postados na plataforma. A medida será tomada nos próximos meses, começando pelos Estados Unidos.
Quanto à simplificação das políticas de conteúdo da Meta, Zuckerberg diz que as atuais estão desalinhadas com o discurso corrente. "O que começou como um movimento para ser mais inclusivo tem sido cada vez mais usado para silenciar opiniões e excluir pessoas com ideias diferentes. E isso foi longe demais. Quero garantir que as pessoas possam compartilhar suas crenças e experiências em nossas plataformas", colocou.
No entanto, o CEO da Meta disse que temas como drogas, terrorismo e exploração infantil são levados "muito a sério" e garantiu que a companhia lidará com eles de forma responsável.
O criador do Facebook também sinalizou para o retorno do conteúdo político. Ele explicou que, após pedidos para reduzir esses posts, a plataforma passou a não recomendá-los. No entanto, no atual momento, segundo ele, esses conteúdos voltaram a ser demandados e passarão a ser promovidos. “Estamos recebendo feedback de que as pessoas querem ver esse conteúdo novamente. Então, vamos começar a reintroduzi-lo no Facebook, Instagram e Threads, enquanto trabalhamos para manter as comunidades amigáveis e positivas”, disse o executivo.
Zuckerberg também afirmou que a Meta trabalhará com o presidente reeleito Donald Trump para combater o aumento das regulamentações governamentais sobre empresas americanas. Ele criticou regulações europeias e "cortes secretas" na América Latina por restringirem a liberdade de expressão. "A Europa tem um número cada vez maior de leis institucionalizando a censura e tornando difícil construir qualquer coisa inovadora por lá. Países da América Latina têm tribunais secretos que podem ordenar que as empresas removam conteúdos silenciosamente. A China censurou nossos aplicativos para que nem mesmo funcionassem no país. A única maneira de resistirmos a essa tendência global [de censura] é com o apoio do governo dos EUA", afirmou.
Por fim, Zuckerberg reconheceu que essas mudanças não serão perfeitas e demandarão tempo para ajustes. Ele destacou a importância de manter esforços para remover conteúdos ilegais que devem ser removidos com seriedade, mas reiterou que o foco será na redução de erros e na simplificação das regras. “Estamos ansiosos por esta nova fase, voltando às nossas raízes de dar voz às pessoas”, disse.