Imagens geradas por IA
Trend do Studio Ghibli leva ChatGPT a um milhão de usuários em uma hora nesta segunda-feira (31)
Há uma semana, na terça-feira (25), a OpenAI lançou seu mais avançado gerador de imagens dentro do ChatGPT-4o, ampliando as capacidades do modelo para criar imagens de alta qualidade a partir de descrições textuais. Disponível para usuários das versões Plus, Pro, Team e Free do ChatGPT, além de uma futura integração com outras plataformas, a ferramenta permite gerar imagens com precisão, renderizar textos e seguir instruções detalhadas para composições complexas.
O lançamento ganhou notoriedade recente graças a uma trend nas redes sociais, na qual usuários criaram imagens no estilo do Studio Ghibli, lendário estúdio de animação japonês responsável por clássicos como A Viagem de Chihiro (2001), vencedor do Oscar, O Castelo Animado (2004), Vidas ao Vento (2013) e o recente O Menino e a Garça (2023), que recebeu o Oscar de Melhor Animação no ano passado. O fenômeno levou a uma explosão de novos usuários do ChatGPT. Nesta segunda-feira, Sam Altman, CEO da OpenAI, afirmou em seu perfil no X que a empresa conquistou um milhão de usuários em apenas uma hora, comparando com o lançamento da ferramenta há dois anos, quando o mesmo número de usuários foi alcançado em cinco dias.
A repercussão, no entanto, trouxe à tona debates sobre direitos autorais e apropriação artística. O Studio Ghibli não se pronunciou oficialmente, mas a opinião de seu fundador, Hayao Miyazaki, sobre IA geradora de imagens já era conhecida. Em 2016, ao ver um vídeo criado por inteligência artificial, o cineasta de 84 anos afirmou estar "completamente enojado", descrevendo a tecnologia como um "insulto à própria vida" e declarando que jamais incorporaria tais ferramentas ao seu trabalho.
A polêmica não parou por aí. Nas últimas semanas, a OpenAI e o Google foram alvos de críticas de mais de 400 profissionais da indústria do entretenimento, incluindo Ben Stiller, Cate Blanchett, Paul McCartney e Guillermo del Toro. Os artistas assinaram uma carta denunciando que as empresas buscam uma "isenção governamental especial" para treinar modelos de IA com conteúdos protegidos por direitos autorais, sem necessidade de licenciamento.
Segundo o The Verge, a OpenAI defendeu que o uso de materiais protegidos se enquadra na doutrina do "uso justo" e seria uma questão de "segurança nacional", enquanto o Google afirmou confiar na legislação vigente para fomentar a inovação.
Apesar das controvérsias, a OpenAI segue em expansão. Segundo a Reuters, também nesta segunda-feira (31), a empresa anunciou que levantará até US$ 40 bilhões em uma nova rodada de investimentos liderada pelo SoftBank Group, elevando sua avaliação de mercado para US$ 300 bilhões. O conglomerado japonês pretende aportar US$ 10 bilhões em abril e mais US$ 30 bilhões até dezembro, condicionados à transição da OpenAI para uma estrutura de capital fechado. O investimento também contará com participação da Microsoft, Coatue Management, Altimeter Capital e Thrive Capital.