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Ação Inovadora

Instituto de Bioengenharia Erasto Gaertner se renova e vira centro de inovação aberta

Vivian Faria, especial para GazzConecta
21/10/2020 11:00
Enquanto parte do mundo pareceu parar durante a pandemia de Covid-19, o Instituto de Bioengenharia Erasto Gaertner (IBEG), unidade da Liga Paranaense de Combate ao Câncer responsável pelo desenvolvimento, fabricação e venda de produtos para a saúde, se transformou: a partir da criação de um manual de propriedade intelectual, o instituto oficializou seu reposicionamento no mercado como um centro de inovação aberta.
Em outras palavras, o IBEG estabeleceu as normas para garantir os direitos relacionados à criação e ao desenvolvimento de tecnologias e produtos, o que também vai facilitar a colaboração com outros pesquisadores, instituições e empresas. O objetivo é justamente atrair talentos e ideias para criar inovações para o setor de saúde, o que, além de trazer melhorias para o setor, vai permitir a ampliação do leque de produtos que o instituto comercializa e a exploração de patentes - e, consequentemente, a variação da origem e até o aumento das receitas do IBEG.
“Algo que é importante dizer é que essa comercialização que fazemos é integralmente revertida para as operações do Hospital Erasto Gaertner”, afirma o coordenador do instituto, Emerson Czachorowski. O problema, conforme ele, é que o principal produto vendido pelo IBEG é um cateter totalmente implantável - para aplicação, entre outras coisas, de medicamentos para quimioterapia - que deve se tornar obsoleto em alguns anos, devido ao avanço das pesquisas com medicamentos. “As drogas medicamentosas estão se tornando cada vez mais via oral”, diz.
Foi a partir desta percepção que, no início dos anos 2010, o instituto viu a necessidade de desenvolver e vender novos produtos. Contudo, as inovações esbarraram em limitações como a falta de um time que pudesse dar conta de novos projetos e até de espaço que permitisse a expansão. A questão voltou a entrar em discussão a partir da inauguração do novo prédio do IBEG, em 2017, quando se percebeu que uma forma de ampliar a atuação do instituto sem onerar a folha de pagamento - e comprometer o repasse ao hospital - seria a partir de colaborações.
Desde então algumas parcerias já foram estabelecidas e pesquisas iniciadas. Uma delas até rendeu frutos: a criação de um instrumento cirúrgico que agiliza e melhora a qualidade de suturas em cirurgias minimamente invasivas, reduzindo o risco de rompimento dos pontos. O item já foi patenteado e só não começou a ser vendido ainda devido à pandemia.
Com a publicação do manual e o reposicionamento, porém, a expectativa é que as colaborações se tornem regra e que a inovação criada pelo instituto seja cada vez mais ampla e robusta. “A ideia agora é fazer algo que nos mantenha e no próximo passo começamos a namorar inovações cada vez mais radicais”, resume Czachorowski.