Diversidade: Vida, Vozes e Trabalho
Impacto social do Reciclajuda é destaque em novo episódio do podcast da ABRH-PR
Já está no ar o quarto episódio do podcast “Diversidade: Vidas, Vozes e Trabalho”, produzido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos do Paraná (ABRH-PR) em parceria com o GazzConecta. Nesta edição, a psicóloga, headhunter, sócia-proprietária da Via Humana Consultoria e vice-diretora voluntária de diversidade da ABRH, Claudia Cadenas conversa com Matheus Germano Lara, criador do projeto social Reciclajuda.
A iniciativa começou em 2021, com a proposta de gerar renda extra para catadores por meio de anúncios exibidos nos carrinhos de coleta. Com o tempo, o Reciclajuda amadureceu, ganhou novos objetivos e hoje concentra esforços na recolocação desses trabalhadores, ofertando bolsas de estudo em cursos profissionalizantes do Sistema S e possibilitando novas oportunidades de atuação.
A ideia nasceu durante a pandemia, período em que Matheus se viu desempregado e em busca de novos caminhos. Por anos, trabalhou como servente de pedreiro, mas uma lesão nos ombros o afastou da função. Depois, passou por diferentes ocupações – vendeu frutas no sinaleiro, trabalhou em call centers – até que o lockdown o impediu de continuar.
“Comecei a procurar emprego na Agência do Trabalhador. Como não tinha dinheiro para comer, almoçava no Restaurante Popular da Rui Barbosa. Lá, conheci muitos catadores de recicláveis e acabei ficando muito próximo deles”, relata Matheus.
A partir dessa convivência, Matheus começou a desenhar ideias de atividades para apoiar o grupo, pensando em apresentá-las a empresários que conhecera em cursos do Sebrae e no ecossistema do Vale do Pinhão. A proposta de utilizar os carrinhos como espaço publicitário chamou atenção e deu origem ao Reciclajuda.
Desde então, o projeto firmou parcerias com instituições como Sicredi, Festival de Curitiba, Olhar de Cinema e Festival Tutano. A renda obtida com os anúncios é destinada aos catadores e também ajuda a custear cursos profissionalizantes nas áreas escolhidas por cada participante.
Além disso, o Reciclajuda fornece novos carrinhos, cestas básicas, materiais de segurança – como botas e luvas – e matrículas em instituições de contraturno escolar para os filhos de catadores.
Para participar do programa, alguns critérios são considerados. “Damos preferência a quem está há muitos anos trabalhando, não está em situação de rua e que não use entorpecentes. Colocar o logo de uma empresa é um assunto muito sério, então confiamos muito nos catadores. Fazemos toda uma pesquisa dos antecedentes para que a pessoa se encaixe da melhor maneira possível”, explica Matheus.
A maior parte dos parceiros do Reciclajuda atua na coleta de recicláveis há mais de duas décadas. A prioridade por trabalhadores mais experientes está ligada ao desgaste do serviço e às dificuldades enfrentadas por esses profissionais para se aposentar.
“O trabalho braçal cobra e não cobra pouco. A pessoa paga um custo muito alto com a saúde. A partir dos 30, 40 anos, já começa a sofrer, e se aposentar é difícil. Aos 40 anos, já existem dificuldades para trabalhar, e essas pessoas só se aposentam aos 70. Ou seja, ainda têm mais 30 anos de serviço. Estamos aqui para ajudar nessa transição”, afirma.
Matheus destaca ainda que, além de transformar a vida de diversas famílias, as empresas parceiras do projeto também são beneficiadas, já que a iniciativa possibilita medidas de isenção fiscal. Os carrinhos com publicidade têm atraído a atenção de diferentes veículos de imprensa, com aparições frequentes na televisão e em portais de notícias.
Assista ao episódio completo no canal do YouTube do GazzConecta.



